Feira do Troca
A feira aconteceu após varias iniciativas sem sucesso para envolver os artesões no processo educativo da escola e organizar exposições e pontos de venda do artesanato que ainda existia.
Em um determinado momento Laís Aderne e seu marido o professor Armando Faria se deram conta de que nada poderia ser construído a não ser a partir dos valores ainda presentes naquela comunidade.
Assim foi que Laís se lembrou das velhas praticas locais a ela contadas e recontadas pelos moradores mais velhos. Do tempo em que todos se reuniam para mutirões e festas. Do tempo em que o dinheiro era curto e se trocavam artigos com os ciganos ou viajavam-se léguas levando mercadorias para trocar por sal. Hábito de “gambira”, como se designa o escambo desde sempre no povoado.
Laís e seu marido pensaram então em fazer uma feira, onde fosse utilizada a troca, porque boa parte da população era carente economicamente e precisava de roupa, calçados, etc.
No ano corrente de 1974 foi então realizada a 1ª Feira do Troca de Olhos D’Água.

Desde então a feira é realizada sempre no primeiro domingo de junho e dezembro. A mobilização para feira do troca fez reviver o saber artesanal que a cada ano envolve um maior número de artesões e diversifica os artigos em oferta.
Atualmente a Feira do Troca recebe em torno de três mil pessoas que trazem roupas, sapatos, cobertores e utensílios industrializados para trocar pelos produtos da região, como: milho, arroz, feijão, queijos, doces caseiros e principalmente pelo artesanato local que a cada ano se destaca no cenário nacional como referência em artesanato de raiz.
Laís Aderne: “Eles estão trabalhando, fazendo, e assim aprimoram suas próprias técnicas: não foi necessário que ninguém de fora viesse dar aula para eles. Estão constantemente trabalhando e quanto mais eles fazem, mais eles trocam. E isso os incentiva e faz com que eles trabalhem durante todo ano”.